quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Nasce primeiro supercomputador com memória sólida

Memórias de estado sólido

A Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, anunciou a construção do primeiro supercomputador a usar a tecnologia de armazenamento de estado sólido.

O supercomputador Gordon será o primeiro a usar cartões SSD de memória de forma intensiva para atender a necessidades de armazenamento de dados.

Essas memórias tipo flash são chamadas de memória de estado sólido, em contraposição aos discos rígidos, o meio de armazenamento usado pelos supercomputadores atuais.

Os 64 nós de entrada e saída começaram a ser instalados nesta semana. O supercomputador deverá começar a funcionar em Janeiro de 2012.

"Mover uma cabeça de leitura física para fazer uma operação de entrada e saída é muito 'século passado'," esnoba Allan Snavely, coordenador do projeto. "De fato, Charles Babbage projetou um computador baseado em partes mecânicas móveis quase dois séculos atrás. É hora de parar de mover prótons e movimentar apenas elétrons."

Supercomputador sólido

Com 256 terabytes de memória flash, o supercomputador Gordon será voltado para aplicações intensivas em bases de dados, alcançando velocidades nas consultas até 100 vezes maiores em comparação com sistemas de discos rígidos.

Os 1024 nós do supercomputador serão agrupados em 32 "supernós", com 64 gigabytes de DRAM e capacidade de 195 gigaflops por nó.

Um supernó também incorpora 2 nós de entrada e saída, cada um com 4 TB de memória flash.

Quando interligados por uma memória virtual compartilhada, cada um dos 32 supernós terá um potencial superior a 6 teraflops de processamento e 10 terabytes de memória (2 TB de DRAM e 8 TB de memória flash).

O pico de desempenho esperado é de 7,7 teraflops por supernós e de 245 teraflops para o sistema todo.

Mas o supercomputador Gordon terá também à sua disposição, além dos 256 terabytes de memória sólida, 4 petabytes de discos rígidos, mostrando que, apesar do discurso, os velhos e bons HDs ainda não estão assim tão fora de moda.

Durabilidade das memórias flash

As memórias flash já são dominantes entre os equipamentos portáteis, mas esta é a primeira vez que se construirá um supercomputador inteiramente baseado nessa tecnologia.

Embora seja barata e robusta para aplicações pessoais, as memórias flash ainda não haviam atingido uma durabilidade suficiente para aplicações de computação de alto desempenho, que exigem um número de ciclos de leitura e escrita muito superior.

Uma memória flash da categoria consumidor precisa suportar 3.000 ciclos de escrita e apagamento - a maioria dos equipamentos eletrônicos deixa de ser usada antes disso.

Uma memória flash de categoria empresarial, por outro lado, precisa ter uma durabilidade pelo menos 10 vezes maior. Elas já existem no mercado, mas, até há pouco tempo, custavam caro demais.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quem levou a melhor na corrida de downloads: Firefox 4 ou IE 9?

Navegador da Mozilla tripudiou sobre seu concorrente ao alegar 10 milhões de downloads, contudo uma análise mais fria revela um cenário bem diferente

Nas últimas semanas, tivemos dois grandes lançamentos em navegadores.

A Microsoft lançou seu Internet Explorer 9, e a Mozilla lançou oficialmente o Firefox 4. Cada browser teve milhões de downloads em seu dia inaugural. O Firefox parece ter vencido o concurso do primeiro dia, mas quem examinar melhor as estatísticas vai descobrir que talvez a batalha tenha ficado bem mais árdua do que as manchetes sensacionalistas podem sugerir.

A Microsoft informou que o Internet Explorer 9 foi baixado 2,3 milhões de vezes durante as primeiras 24 horas. Nada mau. Mas, segundo seus desenvolvedores, o Firefox teve até 10 milhões de downloads em seu dia de lançamento... Ou quase isso.

Aviões de papel
Vamos imaginar que você está em uma corrida para ver quantos aviões de papel consegue dobrar em uma hora. Parece razoável contar os aviões que você começou a dobrar, ou que pensou em dobrar – mas que não terminou no momento em que a hora terminou? Ou, que tal se nós contássemos todos os aviões que você dobrou na semana passada?

Imagino que, para muita gente, isso pareceria injusto. Parece certo dizer que apenas os aviões a serem contados no concurso seriam aqueles cujas dobraduras tiveram início e fim dentro da hora em questão.

Assim, se nós estamos medindo o número de downloads de um navegador web nas primeiras 24 horas de seu lançamento, não deveríamos também contar apenas os downloads que foram iniciados – e completados – durante o período de 24 horas que começa com o horário do lançamento oficial do navegador?

Citada em um artigo da Inquirer, a Mozilla diz: “Nas 24 horas em que o Firefox 4 foi anunciado, ele foi baixado 7,1 milhões de vezes; esse número deve ser somado aos mais de 3 milhões de pessoas que já estavam rodando a Release Candidate que se tornou nossa versão final.”

Espere aí. Então o Firefox foi baixado 7,1 milhões de vezes durante o período de 24 horas, mas a Mozilla afirma que o número devia ser elevado para 10,1 milhões com o acréscimo dos downloads RC?

Bem, isso muda as coisas.

Números quebrados
A Microsoft não tem uma quebra que separa os downloads RC das outras versões beta, mas o IE9 teve mais de 40 milhões de downloads antes do dia de lançamento. Houve três betas públicos, mais a Release Candidate. Dividindo na média por quatro, temos 10 milhões.

Ok. Usando a “nova matemática” pela qual contamos os downloads RC além da contagem real de 24 horas, imagino que possa ter havido aproximadamente 10 milhões de downloads da Release Candidate IE9, portanto vamos levá-la em conta. Isso significa que o IE9 teve 12,3 milhões de downloads e superou os 10,1 milhões do Firefox.

Sim, eu sei que minha matemática é tola. Mas a da Mozilla também é. O fato é que 7,1 milhões já é mais que 2,3 milhões, e seria impressionante por si só. Por que usar de artifícios e apelar para truques estatísticos para fazer com que o número seja mais alto do que já é? Talvez a Mozilla tenha um complexo de autoestima com o fato de o Firefox 4 ter ficado abaixo da marca de 8 milhões definida pelo Firefox 3 em seu dia de lançamento?

Outra pequena coisa a levar em consideração: muitos navegadores Firefox fazem atualização automática, ou pelo menos notificam o usuário de que uma atualização existe. Se o Internet Explorer 9 fosse instalado automaticamente para atualizar todos os navegadores IE8, ou se a Microsoft o empurrasse automaticamente via Windows Update, os números do primeiro dia seriam muito diferentes.

Saldo ponderado
Por fim, considere: o Firefox está disponível para Windows. E Mac OS X. E Linux. E até FreeBSD. O Firefox está disponível essencialmente para 100% dos PCs lá fora. O IE9 é compatível apenas com Windows 7 e Windows Vista, assim o parque potencial fica restrito a cerca de um terço do total de PCs.

Se você enxergar as estatísticas do dia do lançamento por meio das lentes da audiência disponível, terá que dividir o número do Firefox por três – ou multiplicar o IE9 por três – para compará-los com pesos iguais. Nessa ótica, os 7,1 milhões do Firefox se tornam 2,36 milhões, o que equipara os dois browsers.

Um porta-voz da Microsoft explicou ainda que “apenas 10% dos 2,3 milhões de downloads do IE9 RTW nas primeiras 24 horas vieram da base instalada atual, indicando que a maior parte foi de pessoas que usam outro navegador”.

As declarações do dia do lançamento rendem boas manchetes, mas vamos checar os números novamente daqui a alguns meses para ver como os dois se comparam.

Fonte: PCWORLD